Mais direitos, mais futuro<br>– não à precariedade
Baixos salários, precariedade, desemprego, emigração forçada, desregulação dos horários, retrocesso nos direitos são realidades que marcam a vida dos trabalhadores nos últimos anos. Elas convivem em paralelo com os colossais lucros dos grupos económicos e financeiros e o saque dos recursos nacionais que, através das privatizações e dos juros da dívida, levam a riqueza produzida pelos trabalhadores, que deveria contribuir para melhorar os seus salários e direitos e para o desenvolvimento do País.
Sem emprego não há futuro e emprego sem direitos não é futuro
Isto não tem que ser assim. Sem emprego não há futuro e emprego sem direitos não é futuro para ninguém. É necessário e possível criar de postos de trabalho para aproveitar os recursos nacionais e responder às necessidades do País. É necessário e possível combater a precariedade, aplicar horários que permitam compatibilizar a vida profissional, pessoal e familiar, e assegurar direitos e condições de trabalho dignas a todos. Este é o caminho que serve os trabalhadores e o País. Um caminho só possível de trilhar com a participação, acção e luta dos trabalhadores.
Intensificar a acção junto dos trabalhadores, animar a sua organização e luta e reforçar e criar novas células do Partido são tarefas de todos os dias do colectivo partidário, que assumem particular exigência quando se intensifica a exploração e a precariedade e o desemprego são verdadeiros flagelos sociais.
Foi neste quadro que o Comité Central do PCP decidiu levar por diante a campanha nacional «Mais Direitos, Mais Futuro – Não à Precariedade», que nesta sua primeira fase irá decorrer até Junho. Uma campanha que arranca no próximo dia 18 com o lançamento de um jornal de larga tiragem e cuja distribuição decorrerá até final de Março. O dia 18 de Fevereiro é, assim, o início de um intenso processo de acções de contacto e agitação por todo o País, junto dos trabalhadores em empresas e locais de trabalho, com destaque para as fábricas, sectores específicos e empresas estratégicas e dirigindo-se em particular para as novas gerações de trabalhadores.
No sábado, dia 20 de Fevereiro, pelas 15 horas, tem lugar nas instalações do Clube Ferroviário de Lisboa, com a participação do Secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, um debate sob o lema da campanha, dirigido particularmente às novas gerações de trabalhadores, que procurará, a par da aferição da realidade laboral a partir de vários contributos individuais, valorizar a luta dos trabalhadores e os seus resultados, assim como sublinhar os caminhos alternativos que existem e as propostas que lhes dão corpo.
Instrumento de afirmação e reforço
Esta campanha nacional é, assim, uma iniciativa que se insere na acção mais geral sobre o reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e de todos os trabalhadores, a defesa dos interesses de classe dos trabalhadores, o fortalecimento da sua organização, unidade e luta e a intervenção no plano institucional, designadamente na Assembleia da República. Uma campanha que sublinha um elemento central da identidade do Partido – enquanto partido da classe operária e de todos os trabalhadores – e que se deve constituir como um importante instrumento de afirmação e reforço nas empresas e locais de trabalho, nomeadamente ao nível do recrutamento e da criação e reforço de células do Partido. Ao mesmo tempo, deve contribuir para o estímulo à organização e luta dos trabalhadores, e em particular dos mais jovens.
Como o próprio lema da campanha indicia, o seu conteúdo centrar-se-á no conjunto dos ataques aos direitos de que os trabalhadores são alvo, procurando dar destaque particular ao flagelo da precariedade dos vínculos, suas razões, consequências e, acima de tudo, procura dar destaque à resistência, às vitorias alcançadas e às propostas do Partido para a sua resolução. É neste quadro que a acções, iniciativas e planos de trabalho em curso devem ser dirigidas de forma particular para sectores onde a precariedade é «regra» (grandes superfícies comerciais, áreas de distribuição, centros de contacto, etc.), outros sectores específicos como o da cultura, grandes empresas estratégicas onde a subcontratação assume hoje uma grande dimensão e ainda ao sector público.
O sucesso desta campanha depende da planificação das organizações do Partido, que terão de aliar as inúmeras acções de propaganda e agitação (muitas delas à porta das empresas e locais de trabalho) com objectivos concretos que contribuam para que, no final, tenhamos não só realizado boas acções mas também, e acima de tudo, mais gente organizada dentro das empresas e locais de trabalho.
Intensificar a ida para junto dos trabalhadores, contribuir para o reforço das suas organizações, animar e valorizar a sua luta e aí encontrar os instrumentos de reforço do Partido são objectivos tão difíceis quanto fundamentais.